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Via Mariana – crónica da 7ª etapa
Entre Parada de Achas e Covelo

Como é habitual para quem anda nestas andanças, o dia começou bem cedinho – 07:00 horas – nas Sete Bicas. Após o autocarro ter chegado, os elementos do grupo começaram a entrar, mas logo se ouviram algumas queixas face à reduzida dimensão do autocarro. Seria, mesmo, o autocarro pequeno ou, face aos abusos da época festiva, alguns de nós passamos a ocupar um pouco mais? Pois bem, se se tratasse da segunda opção, esta etapa seria perfeita para contribuir para que os abusos em rabanadas, aletria, sonhos, bolo-rei e outros que tais se fossem “derretendo” em terras espanholas… E a etapa prometia…!

A primeira paragem foi, ainda, em terras lusas – Valença do Minho – para o grupo tomar o verdadeiro café expresso. Sim, porque aquilo que haveria pela frente estaria ao nível de uma qualquer “água barrenta”, chamada, eufemisticamente, de “café solo” …

Durante a viagem de autocarro até Parada de Achas, a nossa Team Leader informou-nos de que teríamos a companhia de um novo elemento, a Laura, e de que 3 outros caminheiros estavam de parabéns, neste caso, o Vieira da Silva, a Eunice e a Isabel (Belinha, para os amigos). Perante esta informação, a expectativa da queima de algumas calorias ao longo da caminhada sofreu um duro revés. A comprovar isto mesmo, logo foram distribuídos Pivetes (“cheira-me” que era um doce regional de S. Tirso…), acompanhados de um copinho de vinho do Porto. Depois desta ingestão alimentar e vínica, a temperatura do ar até nos parecia menos fria.

E assim, cheios de vigor, partimos para esta etapa, não sem antes tirar a fotografia da praxe (desta vez, sem notas a tapar a objetiva…). Depois de alguns metros em caminho asfaltado, entramos no Caminho dos Defuntos e, apesar de o nome ser assustador, na verdade, assustadora era apenas a beleza da paisagem que íamos contemplando. Contudo, fazendo jus ao nome do caminho, a Sónia vislumbrou e fotografou, para memória futura, ossadas de um animal (ou os restos de alguma churrascada com entrecosto e costelas…).

Ao longo deste caminho, a água foi uma constante fazendo-nos “dançar” ao ritmo do seu som. De seguida, passamos pela Fraga do Rio Caldo a qual, tal como consta em placard informativo, é “um lugar mágico, onde o tempo se detém e a vida flui com toda a sua energia”. E assim, pulando de pedra em pedra, fomos progredindo na etapa.

Uma caraterística deste grupo é a entreajuda e isso foi comprovado ao atravessarmos uma linha de água na Variante dos Cotos. Uns de um lado, outros de outro, uns empurrando, outros puxando e todos ajudando, ninguém caiu, mesmo os de pernas mais curtas... Na subida de Regueiro de Porto de Bois, mais uma pequena aventura… uma árvore atravessava-se no nosso caminho, mas não há adversidade que vença este grupo e, portanto, o obstáculo ficou para trás.

Aproximava-se a hora de almoço e a nossa Team Leader, sempre atenta às nossas necessidades, “reservou” um belo restaurante, situado numa rua com o seu nome, tendo um magnífico presépio, o Pai Natal e duas renas a fazerem-nos a recepção. Acompanhados de tão ilustres figuras, retemperamos as energias para o percurso que ainda faltava.

Reiniciamos a etapa através da Variante de Trabazos, que une o Caminho Real com a povoação de Formigueiro e, sempre a subir, fomo-nos aproximando de uma paisagem diferente, mas igualmente bela, dominando a vegetação rasteira e tendo como vista no sopé da montanha diversas povoações. Passamos por Neveiro dos Frades, onde, entre os séculos XVI e XVII, se produzia gelo e, continuando a subir – ninguém nos para, que o diga a Célia –, subimos até à cota do 916 m de altitude, onde encontramos o Coto da Vella.

Depois de apreciar a imagem mística que lá se encontrava, começamos a descer, não sem antes sentirmos os olhares inquisidores do gado bovino que aí se encontrava a pastar.
Na descida da encosta, fomos brindados com as 14 estações da Via Sacra, todas elas numeradas e identificadas. No entanto, foi a oitava estação que chamou a atenção do Caldas e do César, uma vez que foi aqui que Jesus consolou as mulheres…

Finda esta parte mais religiosa da nossa etapa, a descida prolongou-se até entramos na Rota Histórica entre Abadias e, mais uma vez, lá fomos nós calcorreando os caminhos de pedras soltas, serpenteadas por água abundante, até que chegamos a Franqueira. Aqui, para além de uma bonita calçada e de uma igreja com alguma imponência, o que verdadeiramente nos prendeu a atenção foi o café “O Cristaleiro”.

Se, para alguns, o cafezinho até não era muito mau, para outros, não passava da tal “água barrenta”. Foi, então, altura de se provar um “Chupito”, mas, tal como a amostra de café, esta bebida também não foi muito convincente. Está visto que só a simpatia da patroa, portuguesa por sinal, justificou a nossa paragem. Quando questionada sobre a existência de casas de banho, com toda a prontidão nos remeteu para a mãe natureza.

Indagada sobre os famosos carimbos dos caminhos de S. Tiago, com igual prontidão respondeu que seria o sr. Padre o detentor de tão famigerado objeto, mas, àquela hora, certamente, o senhor abade ainda se encontraria a saborear a sobremesa.

Perante tal amabilidade, partimos rumo a Santiago de Prado de Canda, local que nos fez pensar que estaríamos em Portugal (Lindoso), dados os espigueiros que se avistavam. Daí, continuamos cumprindo planos inclinados, uns mais que outros, até que atingimos o nosso objetivo – Santiago de Covelo.

Aqui, ao som de música e do brilho de luzes, fomos recebidos com pompa e circunstância (não era necessário tanto, Rosa Maria e Caldas, mas de qualquer das formas, muito obrigada!)

Em Covelo, e numa paragem estratégica para ir à casa de banho, um grupo ficou a saber que a “festa de receção” incluía chocolate quente. No entanto, já a maioria do grupo se havia dirigido para o autocarro e, assim, embora contrariados, lá seguiram estes caminheiros ao encontro dos primeiros. Seja como for, rapidamente nos esquecemos do chocolate quente dado que, dos lados da cozinha, voltaram os pivetes, apareceram umas rabanadas divinais e, por fim, um bolo rei de se lhe tirar o chapéu.

Agora é que o autocarro parecia pequeno… claro que tudo isto foi regado com um bom vinho do Porto. E neste ambiente de partilha e de boa disposição, terminou mais uma belíssima etapa.

Obrigada a todos e venha a próxima!

Por Isabel Teixeira, 21-04-2024




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