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Via Mariana - Crónica da 6ª etapa
Melgaço – Parada de Achas
Talvez devido ao efeito conhecido como “jantares de Natal”, o grupo de caminheiros desta etapa era mais reduzido, mas nem por isso menos animado! E o espírito natalício fez-se logo sentir na camioneta, com a Célia a presentear todos os caminheiros com uma seta azul e amarela, o símbolo que nos tem guiado (além da Rosa!) nesta aventura.
Em Valença, paragem rápida para café e pequeno-almoço num supermercado que viu o seu sossego ameaçado pela chegada de tantos caminheiros. Seguimos rumo a Melgaço onde, depois de alguma procura, conseguimos o desejado carimbo no Café “Nosso Café”. A esta altura, impunha-se a foto da praxe, que foi tirada junto à Igreja de Melgaço. Ainda houve tempo para visitar a igreja e ver o lindo presépio, não sendo possível ver o Menino Jesus, pois como todos sabemos só nasce a 25 de dezembro.
Depois de algumas dúvidas no caminho a seguir, lá iniciamos a nossa etapa, a última em Portugal, a primeira em Espanha, fazendo jus ao ditado “Ano Novo, Vida Nova”. No autocarro, a Rosa já nos tinha informado que seria uma etapa de progressão lenta, que é uma forma simpática de nos dizer que vamos sofrer. E assim foi… os bastões foram retirados das mochilas logo no início e assim se mantiveram até ao fim da etapa.
O percurso desta etapa foi uma dança constante com os rios. Ora nos aparecia de um lado, ora de outro, primeiro o rio Minho, depois o rio Deva. Ainda em Melgaço, percorremos os Passadiços do Rio Minho, com uma vista lindíssima sobre o rio, mas em que as nossas botas/sapatilhas pareciam skis e foi com mérito (e a deslizar!) que chegamos ao final, sem nenhuma queda.
Todo o percurso teve como banda sonora o som da água e vistas lindíssimas em tons de verde, amarelo e castanho, enquanto caminhávamos em autênticos tapetes de folhas. Atravessámos várias pontes, incluindo pontes romanas como a Ponte Romana de Folia, em Remoães e a Ponte Romana de S. Xoan de Mouretan, já do lado espanhol.
O S. Pedro foi nosso amigo durante a manhã, mas não conseguiu ser mais forte que o ditado “De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento!”. Do vento não nos podemos queixar, mas a chuva começou pouco depois de entrarmos em Espanha e não mais nos abandonou até ao final da etapa.
Atravessámos a Ponte Internacional Melgaço/Arbo, entrando em Espanha a comer laranjas e tangerinas que apanhámos pelo caminho. A pausa para almoço, junto ao Trilho Rio Miño-Deva, foi breve e mais cedo do que o habitual, antecipando a chuva que começou a cair logo a seguir. Percorremos as aldeias de Arbo sem avistar ninguém, nem um café, que tanta falta nos fez.
A parte final do percurso, rumo a Parada de Achas, foi sempre a subir, entre bosque e riachos. Quando avistámos, finalmente, a Igreja de Santiago de Parada de Achas, um sentimento de felicidade por termos terminado a etapa cedo e por, em breve, podermos trocar as roupas molhadas! Mas não iria ser assim tão simples… A camioneta não estava à nossa espera e foi preciso esperar. E depois de esperar, ainda tivemos de caminhar até encontrá-la (não quero ser má-língua, mas acho que fomos castigados pelo atraso da etapa anterior!).
Chegados ao autocarro seguiu-se um momento de alguma confusão, com todos os caminheiros a trocarem de roupa da melhor forma que conseguiam, dada a dimensão do nosso (mini) autocarro. Relembro “O que acontece no Caminho, fica no Caminho!”.
De regresso ao Porto, começaram a surgir da nossa querida “cozinha” iguarias dignas de um banquete… Primeiro os salgados, depois os doces e assim se fez o nosso lanche de Natal! Ainda houve tempo para uma paragem em Valença, onde vimos a bonita decoração de Natal da cidade.
Por fim, o agradecimento devido aos maravilhosos fotógrafos que registam a nossa aventura e que facilitam, em muito, a escrita desta crónica.
Na Etapa 6 despedimo-nos das caminhadas de 2023 com muita alegria e cheios de força para as etapas de 2024. Bom Ano a todos!
Por Joana Passos, 21-04-2024
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