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Porto – Fátima – 2.ª etapa
De Lourosa até Pinheiro de Bemposta

De Lourosa até Pinheiro de Bemposta (cerca de 27 km). Na véspera o IPMA alerta para chuva forte e persistente no litoral a norte do cabo Mondego, entre a madrugada e o princípio da tarde de sábado.

Os caminheiros assustam-se e interrogam-se. A destemida team leader responde: «Vamos arriscar… Devidamente equipados, claro. Impermeáveis, bastões e boa-disposição.»

Entretanto, chove durante a noite, mas nada de assustar. Pelas 7.30h, os caminheiros reúnem-se no parque das Sete Bicas em Matosinhos, e seguem de autocarro até Lourosa, onde se inicia a etapa.

Chegados ao ponto de partida e com alguma chuva, vestem os blusões e os impermeáveis apropriados e metem pés a esta nova etapa. A chuva, sempre a cair, torna quase impossível o diálogo e a visualização da paisagem. A vontade de rapidamente chegar ao fim obrigou a dar “corda às sapatilhas”.

Após Lourosa, seguiram-se Escapães, Cucujães e Arrifana, onde se fez uma paragem técnica num café junto à igreja, que alguns aproveitaram para visitar.

Retomado o percurso, em S. João da Madeira passámos junto das instalações em ruína da Fábrica Oliva, que se encerrou em 2010. Uma parte desta importante fábrica foi recuperada pela Câmara Municipal e aí foram instalados o Museu do Calçado e o Núcleo Histórico da Oliva, bem como a incubadora de indústrias criativas. Em seguida, surgem as instalações do Museu da Chapelaria, instalado na antiga e principal fábrica de chapéus da região, criada em 1914 e denominada Empresa Industrial de Chapelaria, Lda.

O escritor João Silva Correia imortalizou a actividade industrial desta região no romance Unhas Negras (designação dada aos trabalhadores desta actividade). Com o declínio desta indústria, desenvolve-se a do calçado, e actualmente a cidade é conhecida como a “Capital do Calçado”.

Pelas 11.30 horas, o S. Pedro deixou de ser nosso aliado e brindou o grupo com uma chuva forte, o que antecipou a paragem para almoço no abrigo do Centro Comercial 8.ª Avenida, em S. João da Madeira. Alguns ainda aproveitaram os saldos e foram às compras, mas só de roupa para substituir a que estava molhada.

Após recuperarmos energias, retomou-se a viagem debaixo de chuva persistente que nunca mais nos largou… Em seguida, deparámo-nos com os campos alagados em Santiago de Riba Ul com a célebre Ponte do Salgueiro sobre o rio Ul e que dá passagem aos peregrinos de Santiago de Compostela desde a Idade Média. Seguem-se Oliveira de Azeméis, Travanca e finalmente a Igreja de Pinheiro da Bemposta, cujos sinos “tocaram a rebate” à nossa chegada… mas para a missa semanal.

Este percurso não foi fácil, não só por ser acidentado, com várias subidas e descidas, mas também porque carregámos sapatilhas e roupa com o dobro do peso devido à chuva.

O tempo não permitiu admirar a paisagem nem conviver com os restantes caminheiros.

Esta etapa foi cansativa e de grande penitência para todos. Esperamos que na próxima o S. Pedro seja nosso amigo e nos traga o sol para podermos desfrutar da paisagem.

Até à próxima.

Por Lurdes Teixeira, 11-02-2023




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