Apaixonada pela fotografia, muito habituada a jogar com as sombras, com o diafragma da objectiva e a forma como este controla a quantidade de luz captada pela máquina, quando questionada sobre a sua idade, a Ana respondeu assim:
«Bem… ando por este mundo há cerca de 50 anos – como no famoso filme, com algumas sombras, algumas mais acentuadas do que outras, vou fazendo o meu caminho.
E depois, sem que tivéssemos de fazer mais pergunta, continuou:
«Sou a mãe imperfeita de dois seres maravilhosamente imperfeitos, e 5 dias por semana sou a profissional imperfeita desta instituição desde há 27 anos.
Sou sequiosa por conhecimento, sei algumas coisas de muita coisa e quero saber mais de ainda mais coisas.
Adoro a minha solitude e com ela descobrir-me e alargar os meus limites. Tenho um olhar de criança perante o mundo, há sempre algo novo para descobrir, barreiras a serem transpostas e regras a serem quebradas.
A minha câmara fotográfica tem sido um instrumento de autodescoberta. Graças a ela apercebi-me de mais algumas limitações a ultrapassar, mas também graças a ela consigo captar e partilhar o meu olhar e um pouco da minha essência. Quando saio para fotografar sou só eu e ela. Gosto que seja assim. Ao contemplar uma cena há sempre aquele momento em que o meu ser se enche de gratidão e amor pela beleza que é permitido os meus olhos verem e o meu coração sentir.»
Tendo este primeiro contacto sido feito por telefone, despediu-se dizendo:
«Agora vou meditar um pouco, e depois, dormir.»
Não deixe de ler a entrevista completa, em anexo.
Por Rui Duque, 9-05-2021
Anexos:
Entrevista a Ana Cristina Botas
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