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S. Martinho em Trás-os-Montes
Foi assim o tradicional magusto do Grupo Desportivo

Pela manhã cedo, em dia de chuva, mas com boa-disposição, lá partimos com vontade de comemorar mais um S. Martinho. O percurso, se não fosse o dia de chuva miudinha, presentear-nos-ia com belas paisagens. Assim não aconteceu: nas primeiras horas da manhã, Venda Nova, Barragem da Paradela, Outeiro até Paredes do Rio, onde já algumas abertas nos permitiram verificar a pouca água nas barragens.

O almoço estava aprazado para Pitões das Júnias, em pleno Gerês. Em Paredes do Rio fizemos uma paragem para conhecer a aldeia no seu casario e nas antigas instalações comunitárias, restauradas ou protegidas pela actual população, com apenas com 45 pessoas – a mais nova com 6 meses, distando 28 anos da que lhe sucedeu – mas orgulhosas e unidas na conservação da aldeia.

Almoço servido não na Casa do Preto, aonde nos dirigimos, mas, sim, na Casa Ferreira, mais à frente – serviu este percalço para esticar as pernas –, onde nos esperava um tradicional cozido à portuguesa.

Para desfazer o cozido nada melhor que uma visita às ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias, de acesso empedrado tipo calçada romana num declive com a extensão de 350 metros. Em alternativa podíamos ir ver uma cascata a 950 metros, mas dado o estado do piso e do tempo não foi aconselhado: apenas um dos companheiros de viagem se aventurou a tirar fotos à cascata.

Seguimos para Montalegre, onde nos esperava o famoso padre Fontes, de Vilar de Perdizes, para nos convidar a visitar o Ecomuseu do Padre Fontes, onde foi visionado um pequeno filme documentário sobre a região de Montalegre e as suas gentes. À despedida foi com surpresa e prazer que o sr. padre Fontes retirou debaixo da sua capa uma harmónica de boca e nos ofertou duas melodias tradicionais.

Partimos em direcção a Chaves, onde ficaríamos instalados no Hotel do Forte. Depois de refrescados e desentorpecidos os esqueletos, fomos a pé até ao restaurante Flávia, para o esperado jantar de magusto. A mim pareceu mais um jantar de degustação, pois foram-nos servidas 14 entradas em pitorescas frigideiras de esmalte – toda a palamenta era de louça esmaltada – e terminou com um excelente bife de carne da região e uma “amostra” de castanhas. Eles sabiam que depois de tudo o que nos tinham servido anteriormente as castanhas seriam meramente decorativas, a lembrar que estávamos a festejar o São Martinho.

É de salientar que todo o jantar foi acompanhado com música ao vivo excelentemente executada e a contento dos comensais.

Após a noite de descanso, necessária e aproveitando uma aberta no tempo, fizemos um percurso pedonal até ao castelo da cidade, e alguns aproveitaram para se abastecer com os famosos pastéis de Chaves.

De novo a estrada a caminho de Vinhais, para uma visita ao seu parque biológico. Apesar do tempo chuvoso, foi uma visita interessante, com uma excelente guia, que nos deu informações preciosas sobre as espécies animais da região, ali recolhidas e tratadas para quando possível serem devolvidas à natureza. No percurso para o parque, tivemos a oportunidade de apreciar uma curiosidade da natureza, a pedra bolideira, um enorme rochedo com a particularidade de uma só pessoa a poder fazer oscilar apesar da sua gigantesca dimensão e do seu peso. Alguns heróis, e mesmo chovendo, lá foram experimentar as suas forças.

Por último fomos a Podence, visitar a Casa dos Caretos, que se candidataram a Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, visita apreciada por todos.

Foi assim o tradicional magusto patrocinado pelo Grupo Desportivo. Até ao próximo ano, “amigos das castanhas”.

Por Filinto Neto, 3-02-2020




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