Entre sócios mais antigos e sócios mais recentes, nas conversas de ocasião, nos vários grupinhos que se iam formando uns falavam do preço das acções do BPI e do BES, outros falavam dos prazeres e afazeres da sua reforma e finalmente outros ainda abordavam o calor que parecia finalmente estar a chegar.
Foi no meio de grande expectativa que se distribuíram as pessoas pelas mesas, degustou-se um cálice de porto meio doce, apareceu o tradicional caldo verde, a que se seguiram generosas postas de bacalhau, magnificamente empratadas, numa cama de grelos salteados, produto do talento do chef Carlos Abreu,
Ainda não tínhamos passado da 2ª garfada quando se soube que aos 30 minutos de jogo, o Brasil já estava a perder por 5 a 0 no jogo com a Alemanha.
As luzes apagaram-se, ouviram-se os primeiros “chiuuuussss” da noite e uma voz anunciou “silencio que se vai cantar o fado”.
Alguns pensam que o Fado terá nascido a partir dos cânticos do povo muçulmano e foi muito isso que Ricardo Ribeiro nos fez lembrar com um vozeirão capaz de levantar plateias.
Logo a seguir entrou em cena António Rocha cujos fados nos remeteram para os trovadores medievais portugueses e para as cantigas-de-amigo, de amor, de escárnio e maldizer.
Os temas mais recorrentes do Fado são a saudade, o amor e a cidade e isso foi-nos passado de forma muito alegre, pela Anita Guerreiro.
Pronta para entrar, Lenita Gentil, só avançou quando a sala estava completamente silenciosa.
Detentora de uma voz extraordinária, foi ela própria, inconfundível, arrebatadora e poderosa, fazendo com que a sala, se rendesse e aplaudisse de forma entusiasmada os seus fados no que nesta noite de aniversário foi, para muitos, a cereja em cima do bolo. Bolo esse, que estava delicioso, mas só as papilas gustativas dos que por lá passaram, poderão testemunhar.
Por Rui Duque, 12-08-2014
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