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Via Mariana – Crónica da 15ª Etapa
Negreira / Brandomil
De um autocarro, alguém pareceu acenar, mas ignorámos, por não se tratar do autocarro que esperávamos, e seguimos até à estação de metro. Eis quando aparece a Rosinha a avisar que afinal o autocarro já estava à nossa espera, exatamente aquele que acabáramos de ignorar.
A nossa viagem teve a primeira paragem nas sete bicas para recolher os restantes caminheiros e a segunda em Valença para o pequeno-almoço. Pelo caminho, leu-se a cronica e a Rosinha presenteou-nos com umas deliciosas tangerinas.
Chegados a Negreira, local de início de etapa, foi tirada a habitual foto de grupo, como manda a praxe. Colocamos os pés ao caminho, junto ao café Bar Carreira e procurámos o início do trilho que nos levaria até Brandomil, junto à ponte Romana. Calcorreamos as ruas de Negreira até encontrarmos o cruzamento que nos indicou o caminho mariano em direção a Zas.
Esta etapa seria uma combinação de dois caminhos “via Mariana” e “caminho Arriero”
Passamos para caminho de terra e fomos alternando, entre terra e asfalto, até chegar a Seoane, passando a igreja de San Xoán de Barcala, que não foi possível visitar por estar prevista a realização de um batizado.
Continuámos a etapa até à paragem técnica, no meio do arvoredo, para a “hora da banana”, para uns, e “hora da maçã”, para outros. Uma salada de frutas! O primeiro grupo a abalar seguiu a “via Mariana”, em vez do “caminho Arriero”, mas a nossa Célia, sempre atenta, deu o alerta de desvio da rota. A Eunice estabeleceu a ligação com o Caldas e levou-nos de volta ao trilho certo, onde nos esperava o Cardoso que, de repente, passou de último a líder. Juntámo-nos à nossa team leader e aos restantes elementos. O caminho, entre Corneira e Vilariño, apresentava-se bordejado de belos e encantadores campos floridos de cor amarela.
Na passagem por Corneira a chuva ameaçou e eis que a providencia divina, ou o mero acaso, nos colocou no caminho uma paragem de autocarro para nos servir de abrigo. Mas havia alguém com vontade de estrear um poncho novinho em folha… e assim nos equipamos para a chuva e rumamos até Vilariño, debaixo de chuva e vento intensos.
Chegados a Vilariño, onde nos esperava a pausa de almoço, só queríamos um café quentinho e acolhedor, mas o que encontramos foi um palheiro, qual presépio de Belém. Toca a improvisar, uns sentados na palha, outros em baldes e alguns em pé, para comer o farnel, abrigados da chuva e do vento.
Terminada a nossa pausa, reiniciámos o caminho, até à estrada Nacional, a AC-546, já no concelho de Stª Comba, sempre acompanhados pela chuva e vento, continuámos por Parada, passámos junto da Igreja de San Martiño de Fontecada, que se encontrava fechada. Uns quilómetros mais à frente, houve necessidade de reagruparmos e com o grupo todo reunido continuamos o nosso caminho percorrendo localidades com alguma beleza, desde os seus característicos espigueiros às construções em xisto. Seguimos caminho até a igreja da Puríssima Conception, que não era mais que uma capela dentro de uma propriedade privada.
O São Pedro lembrou-se de nós, a chuva deu tréguas e voltamos à estrada nacional, onde avistamos o “Bar o Palheiro”, na localidade de Pereira, para o tão desejado café e retemperar as energias para continuar em direção a Brandomil.
Entramos no concelho de Mazaricos, caminhamos entre Grille e San Cosme de Antas por caminhos de asfalto e de terra, estes ladeados de verdes pastagens e de algumas vacarias. Passamos à estrada nacional AC-441, aí avistamos uma placa que indicava “Ponte de Brandomil”, onde nos esperava o autocarro.
Aqui chegados aproveitamos para descansar, usufruir da beleza do local e registar o momento do fim desta etapa.
Já no autocarro rumo a Cee para o nosso merecido descanso, a Joana, ainda a lembrar a Páscoa brindou-nos com uns ovinhos de chocolate!
Mais uma etapa com um final docinho!!
Por Adelina Azevedo, 5-11-2024
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