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Caminho de Santiago pela Costa – Versão humorística
2ª Etapa

Acordamos.
Nem foi preciso o despertador disparar.
Banhos tomados, pequenos almoços deglutidos, e lá estávamos 15 minutos antes da hora agendada, com a nossa viatura estacionada e perplexos com o que assistíamos:
Passadeira vermelha estendida desde o parque de estacionamento até ao autocarro!
A Banda Filarmónica de Leça e Matosinhos a tocar o Bolero de Ravel,
Dúzias de foguetes a estourar, com o homem do fogo a terminar com uma salva de bombardas que até faziam os vidros do autocarro abanar,

O Caldas? a servir um ponto de honra,
A Rosa Maria? …, a desfazer-se em atenções com todos os participantes, explicando pormenorizada e detalhadamente o percurso,

O Sampaio? …, a apresentar um humilde pedido de desculpas por não lhe ser possível participar no evento, pois tinha sido chamado de urgência a Belém,
E, lá partimos, com o nosso Caldas a dar instruções por rádio portátil aos batedores da PSP para abrirem caminho até ao ponto de encontro,

Chegados, a Vila do Conde, ponto inicio da 2ª jornada do percurso a pedantes, como exige e manda a tradição lá foram tiradas as fotos em grupo, como de costume para posterior entrega e publicação pelos média,
Lá partimos a bom ritmo,

Com a nossa Rosinha, de trás para a frente e da frente para trás, sem parar, com cremes de massajar numa mão e na outra mão uma bandeja de canapés, de croquetes e de rissóis ainda quentinhos, a perguntar a tudo e a todos se éramos servidos ou se queríamos uma aplicação daqueles cremes milagrosos nos gémeos, ou nas palmas dos pés, no sentido de aliviar eventuais dores,

Como eram bons aqueles rissóis, o creme de camarão estava uma delicia!!!,
O nosso Caldas, sempre atento, qual carro vassoura, no apoio aos participantes mais atrasados, sempre a dar instruções por rádio portátil a controlar os batedores, ia oferecendo sumos naturais de laranja para podermos retemperar as forças,

Chegados à hora de almoço, até custa acreditar no buffet que estava preparado para os participantes. Era um verdadeiro banquete!!!! vamo-nos abster de enunciar e descrever as iguarias que nos estavam preparadas pois, …, até para evitar que fiquemos todos já com vontade e apetite de comer,

Almoço soberbo aquele!!, sempre, sempre, sempre a insistirem que comessemos mais um bocadinho disto, mais um bocadinho daquilo, mais um bocadinho do que ainda se encontrava a ser confeccionado. Não tivemos outra alternativa. Senão fugir daquele repasto.

E, com aquele reforço vitamínico e proteico, desatamos até Esposende, numa correria desenfreada, que fazia lembrar as provas olímpicas dos 400 metros barreiras,

Chegados num ápice a Esposende, …, não encontramos o autocarro, e fomos andando, …, andando, e voltando a andar e nada do autocarro, …,

O nosso Caldas lá ia dizendo, “está ao fundo”, …, “está lá ao fundo”…, “está lá ao fundo”…, até que, finalmente, …, bem lá longe mas, bem lá longe, vimos a silhueta do autocarro, andamos, andamos, …

Mas, o que se está a passar neste filme? Há qualquer coisa de errado neste filme!!
UFA!!, afinal estávamos no filme errado e estávamos no canal errado!!
Há que rapidamente fazer Zapping e voltar ao nosso mundo,
Estávamos na VIP SIC e voltamos ao Canal 1 da RTP.
Que alivio!!
Eh Pá, ainda bem!!

Afinal, somos mesmo trabalhadores do BPI e juntamo-nos, a convite do Grupo Desportivo do BPI, para, por simples e banais etapas onde todos levam simples farnéis, fazermos de 15 em 15 dias o percurso a pé até Santiago de Compostela.

A nossa Rosinha, afinal, é mesmo a nossa Rosa Maria de Camisola Amarela,
O nosso Caldas, afinal, é o nosso velho Caldas, o garante de boas e salutares “promenades” para mais tarde recordar,

Que alívio!! por tudo voltar ao normal, que alivio por sermos gente simples de trabalho.

Por Carlos Salgado, 26-10-2021




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