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Via Mariana – Crónica da 14ª Etapa
Santiago de Compostela / Negreira

Depois de uma pequena experiência na caminhada de Fátima, realizada o ano passado, da qual ficaram excelentes memórias de partilha e vivência social com o grupo, estas 3 jovens amigas da Marta (Fátima, Elvira e Madalena), arriscaram a façanha de participar nesta jornada, da chegada a Santiago de Compostela. Foi a 1ª etapa dupla, rumo a Finisterra.

Após uma noite de descanso no Hotel Oca, em Santiago, repouso para uns e de copitos para outros, que ainda tiveram energia para uns km extra à noite, as caminhantes novatas que arriscaram integrar-se neste grupo fantástico, um pouco cansadas, com algum desgaste, nomeadamente a Madalena e a Fátima, com umas bolhas nos pés, mantinham o grande entusiasmo e a força para seguir a etapa de Domingo, rumo a Negreira.

Embora nos assombrasse a dúvida, de conseguir acompanhar esta gente, já habituada e treinada para estas andanças, com o Sol envergonhado, seguimos em frente, imbuídas pela imensa boa disposição que reina neste grupo e arrancamos da Praza do Obradoiro.

Orientamos o trajeto pela desaparecida porta do peregrino ou da Trinidad, caminho abaixo, pela Costa do Cristo e continuamos pela genuína Rua das Hortas, deixando à nossa esquerda, a Igreja de San Fructuoso, onde se iria realizar uma missa com transmissão televisiva.

Seguimos pela Rua do Cruceiro do Gaio, Poza de Bar e chegamos à carballeira de San Lourenzo, floresta de robustos e inspiradores carvalhos centenários.
Os limites pelo oeste da propriedade do Paço de San Lourenzo, conduzem-nos, caminho abaixo, até ao leito do Rio Sarela, belo afluente do Sar. Nas suas margens, sobrevivem as ruínas do velho esplendor das fábricas de curtumes, pois em Santiago cresceu, até ao último terço do século XIX, uma próspera indústria de couro.

E foi por aqui, que alguns caminhantes se perderam, tendo deixado o nosso Presidente Caldas preocupado e a aguardar pelos mesmos.
Atingida a hora das 11.20h, fizemos a chamada pausa “da banana” para comer a mesma e ainda existiu a partilha de uns docinhos de canela. Continuamos viagem, ainda sem os caminhantes perdidos.

Deixamos para trás a freguesia de Figueiras à esquerda, depois Villestro, Roxos e Alto do Vento, já no município de Ames.
Encontrado o “Bar Cafeteria O Kilómetro 79”, resolvemos almoçar, assentar mochilas e beber as famosas cervejas “Estrella Galicia”. Aproveitamos para fazer um xixizinho e tomar o ansiado café, que por sinal era muito azedo e foi adoçado com a já conhecida, marmelada da Madalena.

Barriguinha cheia, energia reposta e já avistávamos, mesmo antes de retomar o caminho, uma subida de 2km, com 10% de inclinação. Claro que tudo que sobe, também desce e descemos até à Ponte de Maceira, onde contemplámos o Rio Tambre e pudemos fazer, toda uma reportagem fotográfica.

Do outro lado, começa a comarca d’A Barcala, onde se destaca a produção láctea e de carne, e o município de Negreira. Depois da ponte Maceira, tomamos um caminho arborizado, perto do rio e entramos na Barca. Subimos até A Chancela e chegamos a Negreira.

À chegada, brindamos com uma canha, deliciosa e fresquinha!
De regresso ao Porto, a malta da cozinha mantém-se super animada, barulhenta de boa disposição e ninguém consegue dormir. Fica o descanso, adiado para a chegada a casa.

Para finalizar o dia em beleza, a D. Rosa, brinda-nos com a sua saída nas 7 bicas, deixando o seu marido impávido e sereno na camioneta, uma vez que o previsto seria sair no Dragão. De mala em punho, a D. Rosa apercebe-se do engano e regressa ao seu lugar, despoletando uma risada geral e mais um momento hilariante a esta experiência.

Foi um fim-de-semana cinco estrelas, para mais tarde recordar e com a certeza, de que voltaremos a repetir.

Por Fátima, Elvira e Madalena, 5-11-2024




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