Eram 07:01h, mas o relógio do autocarro afinava pela hora espanhola, marcando 08:01h.
Chegados a Valença do Minho, breve paragem para café, para alguns, e pequeno almoço, para outros, sendo que estes depressa lamentariam não ter ficado apenas pelo café, pois de regresso ao autocarro, enquanto se cantava o Parabéns a Você às meninas Rosa e Lurdes, recentes aniversariantes, circulavam pela coxia do autocarro tangerinas com certificado biológico garantido, pedaços de delicioso toucinho do céu e lérias (ou seriam almofadinhas?) devidamente acompanhados por vinho do Porto.
Ainda houve tempo para se cumprir a tradição de ler a crónica da última etapa. Chegados ao Covelo e depois de tirada a foto de grupo da praxe junto ao pelourinho, iniciou-se a caminhada com sol radioso a fazer esquecer o frio que a geada visível em alguns locais comprovava.
Nos primeiros metros do caminho tivemos a companhia de um perro como que a indicar o caminho ou seria para garantir que não houvesse desvios na rota logo no início do dia? Puro engano, logo nos deparamos com uma árvore caída a impedir a passagem, facilmente ultrapassada com desvio pelo campo ali ao lado.
Alguns quilómetros à frente, há que passar por uma linha de água. Se alguns se atreveram a fazê-lo com artes circenses por cima de uma conduta de água, em que o bastão garantia o equilíbrio, outros tiveram que molhar os pés. Surpresa geral quando duas experientes caminheiras mostraram como se faz nestes casos: sacos de plásticos a garantir pés enxutos e muito estilo!
Umas dezenas de metros mais à frente, nova árvore a impedir o caminho onde é notada a mestria de alguns a ultrapassar este tipo de obstáculos, aos pares e em perfeito sincronismo de movimentos!
É por esta altura que surge no grupo um enigma: como se pode partir três braços se apenas temos dois? Seguimos caminho e já se avistavam as poldras por onde iríamos atravessar o rio Tea, mas estava na hora de um novo desvio porque algumas das pedras da fileira já lá não estavam tornando impossível a missão de atravessar o rio nesse local.
Voltamos atrás até encontrar a jusante do rio uma ponte mais segura para passar para a outra margem e retomar o trilho mais adiante. Perdeu-se um momento interessante desta nossa caminhada.
Paragem para almoço na Igreja de S. Martinho de Barcia de Mero, com sol e lugares sentados para todos, apesar de em fila indiana. Não deixamos de reparar no mau estado de conservação de tão belo monumento, a necessitar de alguma intervenção.
Pés ao caminho de novo que a etapa ainda nem a meio ia, até que surge … mais um desvio, pois claro. Aqui as direções GPS e das placas indicadoras do trajecto da Via Mariana estavam em profundo desacordo. Ou seria desacerto?
Foram percorridos mais alguns quilómetros dos que se pensava serem suficientes para atingir o nosso destino. Com esta volta para trás, ou para o lado, a etapa acabou por ser encurtada e o grupo foi recolhido pelo autocarro em plena PO-255, algures no município de Fornelos de Montes.
Ainda mal instalados e acomodados aos nossos lugares no autocarro, nova paragem na berma da estrada: havia bolo e Favaios para brindar ao sucesso dos novos orgãos sociais do Grupo Desportivo recentemente empossados e com representação de peso no grupo.
Concluída mais uma parte doce de uma etapa dura, mas agradável, foi retomado o regresso ao Porto e calcula-se que, na chegada, o relógio do autocarro marcaria 21.01h.
Por Vieira da Silva, 21-04-2024
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