Habituados a todo o tipo de intempéries, os caminheiros apresentaram-se nas Sete Bicas à hora marcada e com a boa-disposição para apanhar o autocarro.
Não houve aniversários neste intervalo de 3 semanas, pelo que não tivemos direito a bolinhos. O que se comeu a mais na etapa anterior, veio a faltar nesta.
Chegados a Ponte da Barca e conforme o prometido fomos tomar o pequeno-almoço à Confeitaria Liz, cujo proprietário nos tinha oferecido uns almendrados deliciosos no final da etapa anterior.
Tirada a foto da praxe, junto do cruzeiro, metemos pés a caminho num trilho inundado na margem do rio Lima e que nos obrigou a caminhar pela estrada. Passámos pelo Hotel dos Poetas, pelo bar Põe-te Fino e pelo parque infantil. Por caminhos de bom piso seguimos em direcção à Gruta de São João e depois para a povoação de Santa Maria de Muía. Aí, existe um mosteiro construído nos séculos XII e XIII e que actualmente é a igreja paroquial, mas que se encontrava encerrado. De seguida, o percurso foi pela Barragem de Touvedo, o que nos permitiu atravessar o rio Lima para a margem direita. Finalmente chegámos ao lugar de Gração, freguesia de S. Jorge, onde encontrámos o Café Pires, que abriu as portas ao grupo e prestou algum conforto aos caminheiros durante o almoço volante.
Repostas as calorias, retomámos o percurso pela ecovia do Lima, que atravessa uma floresta de carvalhos e de sobreiros proporcionando lindas paisagens com enormes e abundantes quedas de água.
Neste percurso, por vezes os caminhos eram autênticos ribeiros, o que nos obrigou a malabarismos, apoiados nos bastões, para não molharmos os pés, o que nem sempre foi conseguido. Seguindo junto ao rio Lima entrámos na povoação de Ermelo, onde existe um mosteiro monástico e classificado como Monumento Nacional desde Setembro de 1977, sendo padroeiro S. Bento e cuja imagem tem mais de 200 anos. Pedimos o carimbo, mas também aqui o padre não o possuía, mas tivemos direito a um “santinho” de S. Bento. Atravessamos depois a Ponte Velha e românica de Ermelo e demos início à subida para a povoação do Soajo, por um caminho rural, ingreme, muito estreito e cheio de água. Terminámos a etapa no Soajo, com um bom chá quente na Pastelaria Seara Nova, pois já sentíamos frio.
Apesar dos inúmeros receios quanto ao tempo, correu tudo bem. Etapa de pouca chuva e de vento suave.
Como sempre os caminheiros estavam felizes por terem realizado uma das mais bonitas etapas neste percurso da Via Mariana para Santiago.
Até à próxima caminhada.
Por Lurdes Teixeira, 28-02-2024
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