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Caminho de Santiago pela Costa – 11.ª etapa
Duas caminhadas diferentes mas com o mesmo objectivo
Nesta caminhada até Vilanova de Arousa / Padrón, por causa da pouca sinalética encontrada, um marco indicava duas variantes do caminho.
À esquerda o passeio fluvial, que acompanhava o rio Ulla, e em frente a variante espiritual.
O grupo de caminheiros adiantado seguiu em frente, enquanto o outro, não avistando os primeiros, virou à esquerda.
Versão do grupo mais atrasado – Por Valente Jorge
Quando comecei a pensar na crónica que o Caldas e a Rosa Maria me pediram para fazer, veio-me logo à memória o início naquele sábado chuvoso e ventoso na Sé do Porto quando iniciámos esta aventura.
Lembrei-me de uma cantiga do José Mário Branco quando, nos anos 70, andava pelas Franças: Onde vais, ó caminheiro, com o teu passo apressado? Vou ao cais do terreiro ver o rei Sebastião Num lençol amortalhado Voltou num nevoeiro Num veleiro, sem leme nem gajeiro e de casco arrebentado.
Quando chegámos a Padrón, com 34km percorridos e 8 horas de caminhada, apeteceu-me perguntar:
«Onde vais, ó caminheiro, com o teu passo apressado? Vou ao cais de Padrón ver o Santiago, que veio de perto de Jerusalém, dentro duma “arca de pedra”, feito barco, arrastado pelo vento, assoprado pelos anjos.»
Agora vamos então à crónica propriamente dita. Mais ou menos à hora marcada, lá estávamos a entrar na camioneta.
O Caldas e a Rosa Maria fizeram a contagem, estava toda a gente, e toca a andar, que tínhamos ainda muito caminho a percorrer até Vila Nova de Arousa.
Na primeira parte da viagem, tudo calmo: gente ainda a acordar, algumas conversas, risos, até a Rosa Maria com o boicote feito pelo microfone, nos falou da etapa, da sua riqueza e da sua dureza.
Depois o caminheiro Manuel António leu a crónica que ele fez da etapa anterior.
Chegámos a Valença, paragem para o pequeno-almoço ou para tomar um café.
Iniciada de novo a viagem, e já em Espanha começámos o nosso ensaio de canto. Hoje começamos por cantar os parabéns ao Teixeira, à Sónia e à Isabel, e depois atacámos com o nosso reportório.
Chegados a Vila Nova de Arousa, preparado o material para nos proteger da chuva, toca a andar, pernas para que te quero, quase sempre acompanhados pela ria de Arousa. Percorremos Vilagarcía, Carril Bamio, mas foi Catoira sem dúvida a parte mais agradável da caminhada, apesar da lama e do passadiço escorregadio.
Depois foi a parte com menos interesse, que parecia não ter fim, a acompanhar a linha férrea, até finalmente entrarmos em Padrón, onde nos esperava a camioneta que nos ia trazer de novo ao Porto, para finalmente termos direito ao merecido descanso e para preparar já a jornada.
Por Valente Jorge, 10-08-2022
Versão do grupo da frente – Por Joaquim Pinto
Às 6.30h iniciámos a nossa viagem rumo a Vilanova de Arousa. Até Valença o grupo ia apreensivo com o que a meteorologia descrevia e o que São Pedro prometia para o dia. Tomado o pequeno-almoço, prosseguimos a viagem.
A certa altura, o Fernando presenteou-nos com bolinhos de amor e vinho do Porto.
Devido a problemas técnicos com a aparelhagem de som, as recomendações para o percurso foram comunicadas individualmente.
A crónica da etapa anterior, elaborada pelo Manuel Teixeira, foi lida a meio do autocarro, não se notando a falta do microfone.
Chegou o momento musical. Iniciámos com o nosso hino para, de seguida, cantarmos os parabéns à Sónia, ao Manuel e ao Fernando. Continuámos com o nosso reportório musical, com os acordes, à viola, pelo Valente.
Chegados a Vilanova de Arousa, equipados para enfrentar a chuva e o vento, saímos do autocarro.
Lida a oração do peregrino, iniciámos a etapa que iria terminar em Padrón.
O caminho sempre em asfalto ou passeio pedonal acompanhou a costa, até chegarmos ao porto marítimo de Vilagarcía de Arousa.
Depois, seguimos o passeio marítimo até Porto de Carril, sempre com a enseada de Vilagarcía à nossa esquerda. Carril foi fundada por volta de 1500, tendo sido um dos portos mais importantes da Galiza.
De Carril até Catoira, quase sempre por asfalto, o caminho, com muitas falhas de marcação, não acompanhou a orla marítima. Infelizmente as estradas secundárias que seguimos não permitiram apreciar as paisagens costeiras. Percorremos a estrada PO-548 até ao Bar/Restaurante O Rancho, momento ansiado para a pausa de almoço.
Efectuado o repasto, aproveitando o bónus de São Pedro, sem chuva e vento, iniciámos a segunda parte da nossa caminhada.
De Catoira até Vilar continuámos sempre por asfalto. As falhas de marcação mantiveram-se, deixando dúvidas constantes sobre o caminho a seguir. Neste troço o grupo, sem querer, dividiu-se. Da pouca sinalética encontrada, um marco indicava duas variantes do caminho: à esquerda o passeio fluvial, que acompanhava o rio Ulla, por uma extensa área verde, com caminhos de cascalho ou passadiços de madeira; e em frente, a variante espiritual. O grupo de caminheiros adiantado seguiu em frente enquanto o outro, não avistando os primeiros, virou à esquerda.
De Vilar a Padrón continuámos sempre por estrada asfaltada. Em Pontecesures intersectámos o Caminho Português Central, atravessámos a ponte sobre rio Ulla e seguimos para Padrón.
Aqui chegados, e uma vez que um dos grupos se encontrava distante do final do percurso, foi decidido que o autocarro se deslocaria para Pontecesures, junto à Repsol, aguardando a chegada dos restantes caminheiros.
Reunido o grupo, iniciámos a viagem de regresso.
Após esta longa caminhada, e para repor as energias, a Sónia ofereceu-nos uns deliciosos pastéis de nata e um bom chiripiti.
No decorrer da viagem descobrimos que havia mais uma aniversariante, a Isabel, a quem cantámos os parabéns.
Importa ainda referir que na estação de serviço de Barcelos se fez uma paragem técnica. Continuámos a nossa viagem até à Senhora da Hora.
Apesar da chuva e do vento, a 11.ª etapa terminou com êxito.
Por Joaquim Pinto, 10-08-2022
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