Acordámos com chuva e chuva apanhámos durante o percurso de camioneta. Mas nós lá íamos para mais uma aventura, e que aventura!!… A 1.ª etapa a realizar do lado de Espanha.
Ferry já sabíamos que não havia, por causa de uma avaria. Foi da maneira que demos voltas e mais voltas em La Guardia.
É aqui! Não! Não é! E volta com a camioneta para trás. Deve ser por aqui! Não, também não tem saída por aqui! Mas o nosso motorista não desistia. E lá continuávamos na saga, a tentar descobrir o caminho para o porto de La Guardia.
Eis que, finalmente, e por entre ruas estreitas, chegámos a bom porto, literalmente a bom porto.
Por incrível que pareça, a chuva tinha parado, e assim fomos brindados com bom tempo, praticamente no caminho todo.
Finalmente, podíamos tomar o tão ansiado pequeno-almoço… arre… que esta gente não come… na Galiza… Que remédio!!! Caro e fraco. Ai, que saudades do pãozinho de Portugal!
Éramos surpreendidos por uma magnífica panorâmica da desembocadura do Minho. Encaminhávamo-nos para Oia ao longo da linha costeira, com o oceano sempre à nossa esquerda. O lanço é plano. Continuamos em direcção ao Norte por um caminho que vagueia entre a estrada e as praias até chegar a Portecelo. Precisamos de cruzar a estrada para iniciar uma curta subida para, a seguir, voltar a descer e cruzar de novo a estrada.
Paramos no Mosteiro de San Sebastián, para o já anunciado carimbo. Mais uma foto das Marias, e toca a caminhar, que o fim estava próximo. Eis que começam os primeiros pingos no caminho… veste o poncho… mas foi chuva fraquinha: logo, logo parou.
Chegamos ao histórico mosteiro de Santa Maria de Oia, situado em pleno litoral. Dele, parte outra das denominações para este itinerário: o caminho monacal. O alçado do mosteiro, de fins do século XII, é um dos melhores exemplos da austeridade, funcionalidade e rigor construtivo da Ordem de Cister, e a igreja conserva retábulos barrocos com imagens de grande expressividade.
Tínhamos chegado ao fim… pensávamos nós, mas todo o grupo sentia a vontade de continuar… o caminho chamava por nós….
Almoçámos ali mesmo, brindados com uma paisagem soberba, e no final tivemos o aval do motorista para continuar. Fixe! Podíamos atender o chamamento do caminho.
Em Mougás, deparámo-nos com um marco do caminho carregado de pedras e pedrinhas, cada uma delas deixada por um peregrino. Lindo. E logo, logo!, dávamos por terminados os caminhos neste dia maravilhoso. Cansados, mas felizes!!
Por Isabel Magalhães, 5-2-2022
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