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Caminho de Santiago pela Costa - 4ª Etapa
De Viana do Castelo a Caminha

Como acontece habitualmente, reuniu-se às 7.15h o grupo de caminheiros nas Sete Bicas. Todos estavam ansiosos para iniciar esta nova etapa. O autocarro estava à espera.

Durante a viagem deparamos com algumas surpresas:
• Aniversário de um elemento do grupo. Afinamos a voz para lhe cantar os parabéns;
• Necessidade de alterar a data da etapa de 11 dezembro, por razões de eventos BPI – Natal;
• Oferta de uma caneca pelo Grupo Desportivo.

Chegados a Viana do Castelo, fizemos uma paragem no “Zé Natário”. Tomado um café e repostas algumas energias (calorias!!!), dirigimo-nos para a Sé Catedral para dar início à nossa caminhada.

Partimos subindo pela avenida até à Estação. De várias perspetivas, pudemos ver e admirar o monte e a Igreja de Sta. Luzia. Do lado oposto, tínhamos uma vista do mar, que nos acompanhou em quase toda a viagem.

Percorremos estradas empedradas, calçadas, verdadeiras vias romanas, mas também trilhos de terra batida...

Pela Areosa, no Geoparque Litoral de V. do Castelo, pudemos admirar as cascatas do Poço Negro e o Moinho do Fada, bem como a capela do Boa Viagem. Atravessamos a ponte de S. Paio, junto da capela com o mesmo santo e seguimos para Carreço. Descemos em seguida para o degradado convento de S. João de Cabanas em Afife, fundado em 564 e onde existia um terreiro para dançar o folclore.
Aqui residiu o poeta Pedro Homem de Mello, local em que se inspirava para escrever as suas poesias que perduram no tempo em vários azulejos. No poema “Felicidade” vemos a importância deste lugar para o poeta:

“Sabe tão bem poisar aqui a enxada
Lavar as mãos onde o suor correu,
Dizendo, ao ver, na casa abençoada
Os filhos e a mulher:
- Tudo isto é meu”

Também num dos azulejos existentes nas paredes, a comissão do centenário do seu nascimento escreveu:
“Neste ambiente irreal de Cabanas, no secular Mosteiro junto ao ribeiro de águas cristalinas, à sombra da magnólia-guardiã, se inspirou o poeta para as suas mais belas poesias!”

Depois de tanta cultura seguimos viagem. A partir daqui o trajeto foi bastante duro, pois tivemos de subir até à pequena capela de Nª Sra. do Amparo, onde desfrutamos de uma vista deslumbrante.

De seguida descemos até ao lugar de Lage, já perto de Âncora. Junto de uma fonte e de um tanque público de aldeia e entre campos fizemos a paragem do almoço. Sentamo-nos em muros e pedras do tanque e degustamos o saboroso e merecido almoço. No final tivemos a simpática oferta de “bolinhos de amor” pela aniversariante.

Saciados e com mais umas calorias, partimos em direção a V. Praia de Ancora. Ali chegados, já se sentia o final da caminhada. A vista do Monte de Sta. Tecla dá alento aos caminheiros, apesar de ser uma ilusão, pois ainda teremos muito para andar...

A partir da praia e porto de pesca de Âncora, caminhámos junto ao mar, atravessando a “famosa” praia de Moledo, a Mata nacional do Camarido e chegámos às portas de Caminha.

O percurso terminou no Largo e centro histórico com a respetiva “carimbadela” no Posto de Turismo. Aí para repor as energias perdidas não faltaram os típicos “caminhenses” e as “Santa(s) Rita(s)”.

Com mais ou menos dificuldade o percurso foi concluído por todos. Agora só pensamos em recuperar forças para enfrentar a próxima etapa, com início em La Guarda.

Por Maria Lurdes Teixeira e César Pereira, 29-11-2021




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