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Desafio foto e escrita sobre o confinamento
Desafio duplo, com qualidade nos resultados
Queremos desde já agradecer a grande participação, entusiasmo e criatividade de cada participante no desafio Foto e Escrita.
Não foi fácil enquadrar as fotos com os textos, mas penso que conseguimos!
É importante referir que os textos enviados suplantaram em muito as fotos recebidas. Tínhamos a ideia de que seria o contrário, mas a veia literária dos nossos associados veio ao de cima.
Em vez dos 10 premiados que o regulamento estipulava resolvemos escolher 14 premiados, dada a qualidade dos trabalhos produzidos.
Oportunamente receberão a indicação de como levantar os prémios. Todos os participantes receberão ofertas para se lembrarem do concurso.
Continuem a escrever e a fotografar, pois o desafio poderá voltar a qualquer momento.
Entretanto fiquem com a fantástica participação dos sócios neste desafio.
1.ª Participação Foto: Sócio 8366 – Pedro Miguel Taleigo
Confinamento inesperado
Estamos todos em aprendizagem, A tentar fazer a nossa parte, da melhor forma que sabemos e conseguimos,
Nesta primeira semana, em que as nossas vidas mudaram de forma inesperada.
Temos todos demonstrado uma capacidade impressionante, de nos adaptarmos e rapidamente.
Quer seja: – os profissionais da linha da frente, adoptando todos os cuidados possíveis, – os profissionais em teletrabalho, trabalhando a partir de casa, tentando dar o melhor contributo para a empresa que representam, – as empresas a ajustar e adoptar procedimentos que facilitem o acesso aos seus produtos/serviços à distância, – as crianças e os adolescentes a ter aulas à distância, – os pais com crianças pequenas a encontrar formas de os manter entretidos, – os mais idosos a terem de acatar as indicações para não sair de casa, e não tem sido tarefa fácil para muitos filhos.
Todos nós estamos a valorizar tantas pequenas coisas, que antes nos passavam completamente ao lado.
Olhar o céu, olhar as flores do campo, olhar a estrada vazia, olhar as pedras do caminho... tudo tem o seu encanto e colorido.
Fazer aquele telefonema que andamos por fazer há tanto tempo.
Saber dos nossos e de quem nos é querido.
Vamos continuar a cuidar de nós e estaremos a cuidar dos outros.
Texto: Sócia 9862 – Cláudia Cristina Santos
Prémio: Caminhada
2.ª Participação Foto: Sócio 11596 – Rui Pedro Colaço
Forte força fez ficar o Homem em casa. Ele, que ficava apenas num sono rápido E, rápido, partia para toda a parte A toda a velocidade! Ele dava abraços, beijos, apertos de mão, Agora não.
A cidade ficou deserta E não há porta aberta Para tomar um café, dar um abraço, conversar. Um abraço! Quem me dá outra vez um abraço? Já abraço as árvores sem ter a quem me abraçar.
Eu quero, outra vez, muito barulho, muita vozearia, Muitas sardinhas, febras, barrigas na brasa, Muita alegria! Eu dizia que não queria, mas era a brincar. Só se for em honra da Senhora Dona Amália, O silêncio antes de se cantar o fado, Cada um de seu lado. Ai, aí, sim, vamos ter romaria, vai compensar.
No jardim, as pombas procuram em vão o velhote Que lhes dava de comer. Feia besta fez o homem ficar em casa! Ele precisa de sair, pode estar a sofrer.
O mundo parou, assim, do nada. Não houve armas, não se ouviram bombas. Forte força nos ditou novo estilo, novas modas. – Vamos ver amanhã! – disseram as pombas.
Texto: Sócio 6871 – Fernando António Rocha
Prémio: Turismo Rural
3.ª Participação Foto: Sócio 8102 – José Costa Pinto
Sentir e ver para além da barreira, Adaptar e evoluir para além da contrariedade. Manter sempre a postura guerreira, Porque o valioso é conseguir viver esta nova liberdade.
Texto: Sócia 11905 – Carla Sofia Bernardino
Prémio: S. Martinho
4.ª Participação Foto: Sócio 3147 – Miguel Carlos Ramalho
Como tu estás, Portugal!!! Meu país à beira-mar plantado, Taciturno e sombrio. Nem a luz da Primavera, Faz ouvir o assobio Do coitado do passarinho, Que fica no ninho sozinho. Até o bater do relógio No alto da torre da igreja, Bate em surdina as badaladas, Mais parece um choro de fadas, Lamentando não terem armas, Para combater algo invisível, Que torna tudo inverosímil. Como tu estás, Portugal!!! Que tristeza, que saudade, Dos dias de inquietude, Cheios de gente na rua, num vaivém infernal, numa correria fatal, que se quebra num minuto. E o mundo pára... Ninguém se sente seguro, Não há barreira nem muro, Que detenha este inimigo. Só nos resta esperar, Confiar, unir e amar, Como se o mundo fosse acabar...
Texto: Sócio 96012 – Maria Júlia Eusébio
Prémio: S. Martinho
5.ª Participação Foto: Sócia 9027 – Sara Isabel Mendes
Pela primeira vez na minha vida senti e sinto um misto de angústia, incerteza e até de medo.
Todo este misto de sentimentos se prende pelo incerto, pelo desconhecido em que toda a humanidade está mergulhada.
Estamos todos a lutar contra algo invisível, ainda muito desconhecido e com consequências devastadoras para um dos nossos maiores valores, a vida.
Nós, simples humanos, que nesta curta passagem sempre demos a primazia à liberdade para podermos conviver e amar todos os que nos são queridos, assim como todos os que nos rodeiam interagindo com eles no nosso dia-a-dia, em consciência não o devemos fazer, uma vez que este vírus causador de toda esta desumanização é altamente contagioso.
Perante toda esta nova e triste realidade sem fim à vista, resta-nos o isolamento, a solidão e o refúgio nos nossos pequenos mundos, agarrando-nos a todo o amor que sentimos, na esperança de que a nossa resiliência, coragem e vontade de viver sejam factores suficientes para ultrapassar esta pandemia.
E é neste quadro que surge a principal arma que temos ao nosso dispor, o confinamento.
É uma palavra que no dicionário apresenta uma tradução tão simples: «substantivo masculino, acção de prender, de cercar ou de isolar», mas que nas nossas vidas têm sem dúvida uma enorme repercussão.
Até tudo se normalizar, por mim, por todos os que amo, e por todos, continuarei em confinamento.
Um até já.
Texto: Sócio 6720 – Carlos Alberto Veloso
Prémio: Visita Guiada
6.ª Participação Foto: Sócio: 8685 – Sandra Luísa Peixinha
Acto de confinar Para acautelar O nosso movimento Tendo em conta o melhor E não sentir o pior Que nos afecta no tempo
Atestando equidade Dentro da liberdade Seguido o bom exemplo Sendo a melhor atitude Ao precaver a saúde Com o “desconfinamento”
Dentro deste padrão Nem todo o cidadão Se comporta entre a lei O que poderá mais tarde Voltar a sentir alarme E seu futuro, não saberei.
Há que precaver a tempo Durante o confinamento Uma porta se abre A não ser assim Alguns mais verão o fim E para voltar já é tarde
Texto: Pai da Sócia 8938 – Sónia Maria Borges
Prémio: Turismo Rural
7.ª Participação Foto: Sócio n.º 1838 – Armando Pinheiro Isaac
Passámos a ser refugiados no nosso continente, no nosso país, na nossa cidade, na nossa casa!
Vivemos tempos de guerra, dizem os políticos e não só. É de facto uma guerra com um inimigo invisível que não traz bombas, aviões, tropas, drones ou outras armas.
Passámos a refugiados escondidos do medo de e do nosso próprio medo. Somos refugiados!
Mas não somos refugiados como são os refugiados dos países onde levamos as guerras.
Depois disto, quando passar se passar talvez entendamos melhor a verdadeira angústia de um verdadeiro refugiado.
Texto: Sócio 3349 – João José Magalhães
Prémio: Visita Guiada
Por Maria João, 12-08-2021
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