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Pum pum, catrapum, pum pum
Carnaval é tempo de soltar a franga...
Em tempo de Carnaval, meia centena de “maduros”, do Grupo Desportivo, todos já com centenas de fantasias na vida, partiram do Porto, em ambiente fresquinho de sete graus, mascarados de valentes foliões, a caminho do Carnaval de Torres Vedras, buscando reencontrar vivências da juventude!
Depois de bem almoçados, com chave na mão, após check-in no hotel, eis que partimos, no disponível tempo da tarde, para a inspecção à área das ruas, destinadas ao desfilódromo nocturno dos foliões.
Aqui e ali, carros alegóricos estacionados esperavam as suas tripulações, para a energia do colorido frenético de gerigonças, em desfile de poucas-vergonhas! Poucas-vergonhas?
Sim. Esperava-se de tudo, ver quem come e quem é comido!
Carnaval é tempo de soltar a franga e de andar diferente do que em todo o ano se anda!
Após, o jantar, fornecimento de calorias aos calcantes, aguardou-se o desfile do Carnaval mais rural de Portugal! É o que dizem. A partir das nove, em ambiente de boa batida tropical, eis o início do desfile! Tambores e caixas rufavam, gigantones avançavam e matrafonas saracoteavam-se!
Pelo meio, ia quem quase todo vestido, quem quase todo nu, quem com cara bonita e quem com cara de cu! Muitos com ele a dar a dar, perante gulosos olhares, mas sem ninguém a apalpar! Cada um é livre de mostrar do que gosta sem ser obrigado a dar posta!
Reinava bué de interacção entre quem desfilava e quem olhava! Empresários, criativos e em nome individual, mostravam suas criações originais; de estranhas figuras e estranhos animais! Havia quem de prostituta se fazia e quem também representava o homossexual, e quem não dava baldas, exibia artísticos carvalhos das caldas!
Entre os carros havia os que aludiam às Raríssimas e ao “bem” que a si faziam! Como não podia faltar, lá vinha o carro da Geringonça e nele quem come e quem é comido, o Zé Povinho, que, como sabido, é sempre o cozido e comido pelos tais amigos da onça! Este assunto não era estranho aos maduros bancários, habituados que foram às geringonças de gerincontas!
Tudo decorreu sob um troante pum pum, catrapum pum pum, com muito cu a dar a dar e muita cerveja a entornar! Foi assim, até às quatro da matina, com o cortejo às voltas, renovando figurantes, até que o pessoal foi prà caminha e nela deu umas voltinhas!
Depois, novamente, levantar, almoçar, recarregar baterias para depois, à tarde, assistir ao desfile dos grupos de matrafonas, onde cada um almejava conquistar a melhor pontuação do júri. Repetiu-se o pum pum, catrapum pum pum e dos cus o mesmo dar a dar!
No final, como recordação de Torres, comprou-se pastéis de feijão e iniciou-se o regresso, com paragem nas Caldas da Rainha, onde, no Cortiço, houve mais um pouco de abastecimento de alimento para continuar o andamento. Foi bom. Está tudo dito. Ficou a recordação dum bom Carnaval.
O autor desta crónica, mascarado de cronista, ainda não tirou a máscara!
Por Silvino Figueiredo, 4-05-2018
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