Após regresso ao autocarro dirigimo-nos a Negreira, onde terminara a etapa do dia anterior.
Segundo a team leader, seria uma etapa longa mas tranquila (quer dizer com poucos desníveis).
Iniciámos a caminhada com chuva que perdurou durante toda a etapa e a que se juntou o vento nos últimos quilómetros.
Os primeiros quilómetros foram feitos subindo as duas elevações mais altas do caminho (432m e 423m de altitude, respectivamente). Seguimos um caminho de encosta entre carvalhos e castanheiros, deparámo-nos também com alguns espigueiros de granito e com muitas explorações agropecuárias, pois a Galiza é terra de produção de leite.
As vaquinhas malhadas a preto e branco foram uma presença alegre e constante até chegarmos ao Alto da Cruz e na estrada até San Mamede de Zas. Daí, seguimos por um caminho murado e rodeado de vegetação variada até ao núcleo habitacional Caminho Real, aldeia de Rapote e a localidade de A Pena.
Decorridas cerca de duas horas de viagem, fizemos a paragem da “banana ou da maçã” na cafetaria do albergue do Alto da Pena, sendo um dos poucos abertos no caminho. Esta cafetaria, segundo os entendidos, tinha umas óptimas sandes de presunto ibérico, o que “aguçou” o apetite a muitos caminheiros e se transformou na paragem de almoço.
Retomámos o percurso, passando pela igreja de San Mamede de A Pena, pelo Albergue do Rueiro, localidades de Cornovo e Villaserio, e continuámos pela estrada até Cornado, último povoado do concelho de Negreira.
A partir deste ponto a paisagem muda radicalmente devido à concentração de campos em manchas. Atravessámos os rios Barbeira e Maronas, e continuámos até à localidade de Santa Marina, onde nos deparámos com o Albergue Casa Pepa, sendo um oásis no deserto, onde estivemos a repor as energias. Nesta altura vários caminheiros encontravam-se exaustos, tendo três deles antecipado o fim da caminhada.
Retomámos o percurso, com nova subida para Bom Xesus e Gueima (7 km) onde terminámos numa encruzilhada de caminhos.
As estradas eram muito estreitas e foi difícil o nosso resgate pelo autocarro, mas com a perícia do motorista tudo se resolveu.
Apesar do cansaço e das bolhas nos pés, os caminheiros superaram mais uma etapa. E venha a próxima.
Por Lurdes Teixeira, 29-05-2025
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