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Tróia e as ruínas romanas
Graças ao trabalho teimoso de um pequeno grupo de arqueólogas…

Após uma memorável canja de garoupa, e umas pataniscas soberbas, o Museu do Arroz da Comporta e o cais palafítico da Carrasqueira seriam o epílogo de mais um dia bem passado.

Não havia nenhuma Helena em Tróia, nem Príamo, Páris ou Aquiles, mas um pequeno aglomerado romano que foi em tempos, entre os séculos I d.C. e VI, o maior centro de produção de pasta de peixe – o garum – de todo o Império.

O produto, ao que cremos, pestilento, chegava a Itália, ao Médio Oriente e ao Norte de África, e era o molho base de toda a cozinha romana.

Graças ao trabalho teimoso de um pequeno grupo de arqueólogas, pudemos perceber o processo de produção do garum, a implantação das oficinas, os métodos de salga, o trabalho e o lazer das populações que ali viveram até ao século VI.

O dia não terminaria aqui: após uma memorável canja de garoupa, e umas pataniscas soberbas, o Museu do Arroz da Comporta e o cais palafítico da Carrasqueira seriam o epílogo de mais um dia bem passado, servido pela paisagem invulgar da península, ainda a salvo das loucuras urbanísticas que tanto já sacrificaram.

Por Miguel Soromenho, 11-08-2013




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