O maior génio da história militar portuguesa, D. Nuno Álvares Pereira, foi também um poderoso proprietário – o maior de Portugal, a seguir ao rei – e um homem de fé entranhada. No fim da vida, cheio de riqueza e glória, fundou a igreja e um convento da ordem dos Carmelitas Descalços, onde se recolheu.
Dizem as más-línguas que D. Nuno pretendeu expressamente ocupar aquele sítio, numa encosta de Lisboa, sobre o Rossio, para afirmar a proeminência da sua Casa, em frente ao palácio real, que se erguia, na época, no recinto do castelo de S. Jorge.
Tão perto e tão longe do Chiado, coração da cidade, sempre a palpitar de gente, o Largo do Carmo é um dos recantos mais simpáticos da Lisboa Pombalina, agora numa zona de cafés e lojas muito in.
Na nossa visita, depois das magníficas vistas do elevador da Glória, pudemos apreciar o curioso museu arqueológico ali hoje instalado, uma verdadeira jóia da tradição expositiva do séc. XIX, felizmente ainda não modernizada, bem como o famoso quartel do Carmo, onde ficou garantida a vitória revolucionária do 25 de Abril de 1974.
Manhã e tarde bem passadas, é verdade, a descobrir mais um dos trechos obrigatórios de Lisboa.
Por Miguel Soromenho, 1-03-2013
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