Como combinado, realizou-se mais um passeio de BTT, desta vez pela Serra da Arrábida.
Os entusiastas não atingiram os números do passeio da semana passada pois as desistências de ultima hora fizeram-se sentir, talvez devido ao cheiro a praia ou pelo receio de um "empeno" provocado pelas encostas desta serra...
Entramos na Serra da Arrábida e nos primeiros lanços damos com todo o seu esplendor em tons de azul. Paisagem majestosa onde a pouco e pouco surge o aroma a alecrim, os arbustos de rosmaninho e a esteva, a anunciar a chegada à serra na sua voz de perfume.
Ao longo do sinuoso alcatrão, o mato não se cansa de encantar os que passam pelos medronheiros, aroeiras e zimbro. Os diversos "estradões" entremeiam de branco o verde do mato e o vermelho do barro.
A Serra tem o ar de uma onda que avança impetuosa e subitamente estaca e se esculpe no ar; é uma onda de pedra e mato, é o fóssil de uma onda.
E os cheiros de toda a vegetação própria da serra fundem-se com o ar fresco da maresia e levam-nos a um império dos sentidos (que gozamos sentados depois de umas duras subidas até ao cume!).
Quem nunca visitou estas paragens em BTT não poderá jamais, mesmo através das melhores pinturas descritivas, fazer uma ideia exacta da extrema beleza da Serra da Arrábida - ou "Serra-Mãe" como lhe chamou o poeta Sebastião da Gama.
E como dizia também o poeta Frei Agostinho da Cruz - e que as fotos comprovam:
"Alta Serra deserta, de onde vejo As águas do Oceano de uma banda, Da outra, já salgadas, as do Tejo"
Sem duvida um local único, numa serra única!!
Até à próxima.
Por Carlos Carvalho, 6-06-2011
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