Após o fantástico passeio realizado por terras alentejanas e porque se enquadra, gostava de deixar alguns poemas escritos pelo meu pai, Adelino Alves Borges, que tão bem me parecem retratar alguns dos locais por onde andámos e que visitámos.
É uma veia poética que lhe corre (ainda andava na tropa, em Angola, quando descobriu este seu dom) e seria um prazer e ao mesmo tempo um orgulho enorme ver o seu trabalho publicado pelo Grupo Desportivo, entidade de que eu também me orgulho.
Vila Viçosa
Uma vila de muita história Pelo mundo conhecida Onde ainda da memória Pelo Alentejo querida.
Seu castelo que do tempo Construído em disputas Este grande monumento Acolheu muitos recrutas.
Muitos séculos se passaram Desde a sua elevação Onde as visitas não param Dentro da nossa nação.
Sendo este monumento Um dos maiores da Europa Edificado no tempo Aquartelar a nossa tropa.
Também os reis aqui passaram Lutando pela melhor esperança Onde escritos nos deixaram Nos falam dos de Bragança.
Por dentro do monumento Seu recheio nos causa inveja Das realezas do tempo Deixaram a dita reserva.
Sendo as guerras constantes Com Espanhóis (castelhanos) Reavivando algo de antes Nos vestígios de romanos.
Dentro desta linda vila Onde o estatuto europeu A distingue maravilha Por tudo quanto é seu.
De tudo que nos espanta Desta vila alentejana Terra de Flor bela Espanca Grande poetisa alentejana.
Rescaldo de um passeio
Com muitas recordações De uma persistente voz Ouvimos explicações Do castelo de Estremoz.
Tão longínqua sua idade Desta zona alentejana Surge sempre a novidade Da passada gente humana.
Pelo tempo certo rei Que traía sua rainha Só dos livros algo sei A história que dela vinha.
Primeiro surgiram rosas Em resposta a sua alteza Depois imensas obras Tudo ao bem da pobreza.
Também aqui algo passado No espaço que residiu Neste castelo recordado Ao bem que Estremoz sentiu.
D. Dinis, sendo rei forte Mas infiel à rainha Que traída até à morte Foi para os pobres santinha.
Era assim a realeza Que nos séculos passados Nesta terra portuguesa Faziam do povo escravos.
Do castelo de Mourão
Por aqui recordamos Pontos da nossa história Onde celtas e muçulmanos Não nos saem da memória.
Portugal que aqui lutou Durante muitos anos Onde também conquistou Aos vizinhos castelhanos.
Esta vila de Mourão Muito agora visitada Mercê da população Ser gente dedicada.
Passaram reis e rainhas Onde seus vestígios existem Muito longe das agora vinhas Que pelo solo persistem.
Mourão por quem vier À bela terra alentejana Seja homem ou mulher Recorda a força lusitana.
Estão patentes no interior Muitas famosas recordações Sempre um altar, ao senhor Contra outras religiões.
E sustentando o desejo Nos fica a recordação Desta região do Alentejo Um berço da nossa nação.
Por Sónia Borges, 5-11-2021
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