Em Janeiro visitámos o Palácio de Queluz que nos apresenta uma vivência intimista da corte portuguesa de Setecentos, ao mesmo tempo que representa momentos de extraordinária relevância histórica e de afirmação do poder real.
Vimos a evolução do gosto da corte nos séculos XVIII e XIX, marcada sobretudo por influências francesas e italianas, quer nos espaços interiores, quer nos jardins, num período que percorre o barroco, o rocaille e o neoclássico, constituindo uma vocação essencial do Palácio, enquanto instituição que privilegia o conhecimento, a interpretação e a fruição de um conjunto monumental de incontornável referência no património arquitectónico e paisagístico português.
O Palácio Nacional de Queluz foi residência real de duas gerações de monarcas. A sua construção deve-se à iniciativa de D. Pedro III (1717-1786) a quem a Quinta de Queluz pertencia, enquanto terceiro Senhor da Casa do Infantado, criada em 1654 por Alvará do Rei D. João IV em favor dos filhos segundos dos Reis de Portugal. Esse património compreendia todos os bens confiscados aos partidários dos Filipes após a Restauração e a subida ao trono do Duque de Bragança (1640), nele se incluindo os bens de D. Manuel de Moura Côrte-Real (1592-1652), 2º Marquês de Castelo Rodrigo, proprietário da Casa de Campo de Queluz.
A sua notável colecção de escultura, complementada pela colecção de artes decorativas, dá corpo à forte componente museológica que o Palácio adquiriu nas últimas décadas, cumprindo-lhe assegurar os mais elevados padrões da prática museológica, nas suas diversas vertentes. Uma visita memorável.
Por António Vale, 25-01-2011
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