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Missão Humanitária na Beira, em Moçambique
Realizar o sonho de uma missão de voluntariado em África
Eu tive um sonho de realizar uma missão de voluntariado em África, em Moçambique. Se fosse na Cidade da Beira, então, o sonho seria sublime.
Foi nesta linda cidade que atravessei toda a minha adolescência. A ela estarei eternamente grato por me ter proporcionado momentos inolvidáveis. Uma adolescência assim, tão cheia e carregada de emoções, é um privilégio inquestionável.
Em Setembro do ano passado, estava em Monte Gordo, quando o Francisco Barata me ligou a perguntar se estava interessado em deslocar-me até à Beira numa missão humanitária, para entregar um contentor de esperança às aldeias mais carenciadas que sofreram os efeitos do ciclone Idai. Surpreendido com a chamada, disse-lhe logo que sim.
Regressara há pouco mais de três semanas de uma missão de voluntariado memorável, durante dois meses, na Ilha do Maio, em Cabo Verde, ajudando a monitorizar, em patrulhas nocturnas, parte da época da desova das tartarugas marinhas, que ocorre entre Julho e Outubro e estava ainda a sonhar acordado.
O sonho iria concretizar-se. Através da AND – Associação Nova Dimensão (ONG de ajuda humanitária), o Francisco Barata, o João Rocha e eu, fomos entregar um contentor carregado de ajudas, às pessoas da Beira, que elevaram o lema da AND à sua dimensão universal: “Mudar o Mundo, um coração de cada vez”.
O nosso contentor transportou 28 toneladas de esperança a serem distribuídas com um sorriso pelas populações das aldeias da Beira mais atingidas pelo tufão Idai. Estas toneladas de enorme humanidade contemplavam, material hospitalar, para ser entregue ao Hospital da Beira e em vários Centros de Saúde e mantimentos, roupas, calçado, material escolar e brinquedos, para serem doados à comunidade local.
Os voluntários da AND iniciaram a preparação desta missão, em meados do ano passado, com o acolhimento de muito material doado por várias entidades. Aqui, cabe-nos realçar e agradecer o contributo do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco BPI. A logística envolveu a escolha do material, a separação (por artigo e género), a contagem das peças por caixa, a embalagem e selagem, o transporte e, finalmente, a colocação das centenas de caixas no contentor.
Na Beira, com a ajuda inestimável do Alberto Fone Wah – um amigo e escuteiro, que foi incansável em todo este processo - efectuámos o reconhecimento dos locais mais afectados onde o material será entregue às famílias mais carenciadas.
Ainda na Beira, fomos recebidos pelo cônsul de Portugal na cidade da Beira, que se colocou à nossa disposição para ajudar no desalfandegamento do contentor.
Agradecemos toda a dedicação e empenho da Vitalina Pereira e da Rosemin Azam. Sem a resiliência destas senhoras a concretização da missão não teria sido possível. Uma palavra de apreço para o Torres que, através da sua influência, conseguiu ultrapassar algumas contrariedades. Por fim, um agradecimento ao Hotel VIP, na pessoa do seu presidente, Aly Acharafe, que nos recebeu condignamente durante as três semanas que permanecemos na Beira.
Transportamos em nós o orgulho ímpar de pertencer a uma Organização que possibilitou que muitas pessoas das aldeias mais afectadas, na região da Beira, fossem acarinhadas, no regresso às minhas origens da adolescência.
Obrigado. Para sempre grato.
Por Sérgio Cruz, 6-07-2020
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