A observação da natureza, num barco, segue duas regras básicas:
1ª. – O rio é imprevisível mas tem sempre quatro marés por dia: duas cheias e 2 vazias; 2.ª – Os animais em estado selvagem não posam para a fotografia, mas também não fogem dela.
A primeira regra básica foi claramente aceite assim que chegámos ao Escaroupim. Eram 10 da manhã, o rio estava em maré alta, e o resultado prático foi uma visita em canais “nunca d’antes navegados” para ver algumas aves e paisagens tão selvagens quanto inspiradoras de um quadro bucólico de uma pintura clássica.
O grupo da manhã teve ainda direito a um passeio fotográfico pela ilha das aves, pela ilha dos cavalos e pela ilha dos amores, onde em tempos passados, muitas famílias cresceram após visita àquela ilha deserta do estuário do Tejo.
As aves cumpriram a regra n.º 2 deixando-se fotografar na sua lida diária de alimentar as crias, gerir o seu território e grasnar repetidamente.
O almoço, num restaurante “plantado” em cima do rio, fez encontrar pessoas do grupo da manhã com o grupo da tarde – como o encontro de marés – e assim juntar o convívio destes exploradores com a partilha da refeição.
Antes do passeio da tarde, pudemos ainda visitar as casas típicas dos pescadores avieiros, cuja origem remonta ao século XIX, mas que se consolidou no século XX, quando pescadores vindos de Vieira de Leiria desciam para os rios do sul em busca de sustento, por altura do Inverno.
O passeio da tarde teve a maré baixa, e alguns canais não puderam ser visitados, mas essa limitação foi compensada com muita informação e episódios humorísticos vividos pelos comandantes dos barcos e umas aulas de condução pelas crianças, que puderam pegar no leme e passar pela aldeia típica de Valada e pela aldeia piscatória de Palhota.
Por Pedro Ferreira, 5-08-2019
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