«Quando te desorientas na vertigem dos dias e precisas de ler para ver como é; quando os anos avançam para a majestosa sala negro-brilhante onde hás-de dançar com a Morte e os teus netos gostam de saber como era; quando a palavra escrita ganha sobre o silêncio ou a máscara da palavra dita; quando se desponta na terra do poeta do “reino maravilhoso” e dos “homens titânicos” que resistem estoicamente para manter a passada deste País; quando o nosso nome é Rocha e rochas são a paisagem predominante, calada e sábia, que nos cerca; quando, milagre da vida, o estrume abjecto dos nossos animais é o melhor fertilizante para os frescos produtos da horta que dão peito e poder à Nação, é preciso escrever. Escrever com coragem, lealdade, autenticidade. E estar onde é preciso é um dever indeclinável, sejam grandes os perigos que nos esperam.»
Esta foi a forma que Fernando Rocha encontrou para se apresentar aos sócios do Grupo Desportivo.
Aos seus leitores, apresentou-se recentemente com o livro Enquanto a Chama Flutua.
Um livro de contos transmontanos, que consegue oferecer, de forma autêntica e leal, uma realidade bem diferente daquela que se vive nas grandes cidades.
Para seu orgulho e nosso deleite, esta tem sido uma óptima forma de ocupar o tempo que a situação de reforma agora lhe oferece. Mário Quintana escreveu em tempos o seguinte: «Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo.»
Felizmente que Fernando Rocha agora tem tempo de partilhar connosco estas histórias: umas, da sua vivência particular, retiradas com ternura da sua memória; outras, que lhe foram contadas no trecho de um café por alguém que por ali anda...
Umas e outras permitem que fiquemos mais ricos, porque todas elas nos oferecem uma imensidão de saber.
Riqueza e saber que o presente não tem e o futuro não dá.
Leia a entrevista a Fernando Rocha no ficheiro em anexo.
Por Rui Duque, 4-08-2018
Anexos:
Entrevista a Fernando Rocha
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