Confiando na topologia Alentejana e num acumulado relativamente baixo (1200m), era possível pensar que ia ser um passeio no parque, no entanto cedo foram desvendadas as falsas previsões e descobertos os desníveis do nosso Alentejo (rampas de mais de 20% de inclinação).
Percurso bem delineado (alterado 2 vezes devido ao mau tempo) com início rolante para esticar o pelotão, mas com vistas de encher o olho.
Passados 10 Km’s surgiram as primeiras dificuldades com uma subida com inclinação digna do seu nome, após o topo entramos num sobe e desce até à 1ª zona de repasto. Até à separação dos percursos, da Maratona (90 km) e da Meia Maratona (60 km), em Santa Catarina, continuamos num terreno pesado mas sempre a andar sem engarrafamentos.
Para a meia-maratona o percurso foi sempre acessível até aos 46 Km’s onde surgiram durante cerca de 4 Km’s grandes dificuldades com elevada altimetria não visível (percurso em areia bem molhada que tritura as pernas), no seguimento foi sempre a rolar com bom ritmo até à meta , tendo o vencedor concluído a prova com uma velocidade média de 28 Km/h.
Entrando mais em pormenor na maratona, esta sim a prova de puro BTT com desníveis acentuados (sobe e desce constante), chegamos à Vila de Santa Susana (muito limpinha) aos 48 Km’s, iniciando-se uma fase mais rolante mas com as dificuldades adjacentes ao tipo de piso (barro) e com ligeira inclinação. Entramos noutro tipo de piso areento (mais subidas sem acumulado) até aos 60 Km’s que é o vértice da pirâmide do concelho, denominado Serrinha com subidas de cortar a respiração (bom piso). O vencedor da prova concluiu a prova com uma média de cerca de 26 Km/h.
De salientar que apesar do estado e dificuldades apresentados os concorrentes melhor preparados não necessitavam de desmontar para efectuar a totalidade do percurso (era todo ciclável).
As maratonas desta zona são uma oportunidade Única para visitar lugares que, infelizmente, estão fechados por portões e cancelas o resto do ano. O percurso passou por lugares de beleza extrema.
Opinião do vencedor Maratona Vale do Sado:"por incrível que pareça ainda fui encontrar uma Maratona mais dura que a da Taça de Portugal e nem era preciso muito, pois o percurso da taça não tinha mais de 1200m de acumulado o que em cerca de 80 e poucos km´s é muito pouco para a prova que é. O desafio foi então maior quando esperava o contrário e assim foi mais emocionante.”
Para terminar, uma palavra à organização que esteve muito bem: comida à farta e sinalização impecável. Parabéns!
Temos que voltar para o ano…
Por Jacinto Jordão, 26-11-2012
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