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Via Mariana - 4ª
Crónica da 4.ª etapa

Após o pequeno-almoço e a fotografia que já se tornou uma tradição, iniciámos a nossa caminhada percorrendo as ruas do Soajo, por entre casas e espigueiros de granito, sem vislumbrar os habitantes. Ao nosso encontro ou a fugir de nós, cruzámo-nos com muitos felinos que desafiavam o mau tempo… um deles chamou a curiosidade dos caminhantes… só eram visíveis os seus olhos e as suas orelhas, pois o corpo estava mergulhado no grelhador e parecia estar a posar para a fotografia, sem se deixar perturbar ou intimidar por tantos olhares curiosos. Logo a seguir cruzámo-nos com umas simpáticas habitantes que logo nos indicaram o caminho a seguir, iniciando a nossa subida, pela calçada medieval, percorrendo o trilho dos Romeiros da Sra. da Peneda. Assim fomos caminhando, passo a passo, com as lajes graníticas encaixadas como peças de puzzle por entre vegetação ainda verdejante, e percorridas pelos pequenos rios de água. Subimos e subimos sempre rodeados de uma paisagem natural de rara beleza marcada pelos socalcos, pelos tons outonais das folhas das árvores e embelezada pelas pequenas casas e pelos muros construídos com mestria, pedra sobre pedra. Fomos observando os animais que se mantinham impávidos, serenos e indiferentes à nossa presença, passeando ou pastando pelos campos e, por vezes, cruzando-se no nosso caminho. E foi assim que percorremos o caminho até às Brandas de Murço e da Bordença, interrompendo os sons da natureza com os nossos passos, as nossas conversas, sempre com o som da chuva, das águas que percorriam a montanha, às vezes bem ruidosas e muito poderosas, e das folhas a cair como música ambiente. Chegámos à Capela de N. Sra. da Paz mesmo à hora do almoço, mas as mesas que aí se encontravam não nos convenceram… partimos em busca de um local melhor para fazer uma pequena paragem para retemperar forças, mas a sorte não estava do nosso lado!!! Atrevemo-nos a parar na entrada de uma casa, onde aproveitámos para fazer uma pequena pausa de almoço (mas sempre em pé!).

De estômago cheio, reiniciámos o nosso caminho, percorrendo localidades vazias de pessoas, mas cheias de beleza (por vezes rude) à sua maneira… Percorremos as ruas de Adrão, sentimos a força das águas sob a ponte, e, para que não restem dúvidas da nossa passagem, registámos esse momento com uma foto. Continuámos o nosso caminho percorrendo mais uma parte muito desafiante e não menos bela. Fomos contornando rochas e riachos, saltitando entre pedras, pondo um pé ou outro em cheio na água, subindo e descendo, na verdade, subindo mais do que descendo!!! Nem uma árvore que tentou travar-nos conseguiu o seu intento… as estratégias para a ultrapassar foram mais que muitas; a maioria delas dignas dos melhores ginastas, acrobatas ou contorcionistas… subindo, sempre subindo conseguimos chegar ao alto do Adrão, mas não conseguimos vislumbrar a Sra. da Peneda por entre os imponentes maciços rochosos. Iniciámos a nossa descida em direcção ao vale, e um pouco mais abaixo enfrentámos um novo desafio… caminhando num lamaçal gigante (desviando os nossos passos do muito fertilizante natural providenciado pelo gado bovino) e perante o olhar inquisidor de uma série de vacas (ou bois ou ambos) em marcha lenta, provavelmente em sinal de protesto por estarmos a perturbar a sua paz, avançámos destemidos… mais uma vez como pano de fundo tínhamos uma paisagem com tons outonais em todo o seu esplendor… descemos e descemos até Tibo. Depois percorremos as margens do rio Pomba, e por fim as margens do rio Peneda, já perto do nosso destino. Quando vislumbrámos o santuário da Sra. da Peneda, vislumbrámos também um último obstáculo – a cereja no topo do bolo! –, a escadaria da via sacra que nos levaria até ao destino há muito aguardado… As muitas e muitas escadas (alguém as terá contado) foram percorridas com um misto de entusiasmo, cansaço e acima de tudo orgulho do dever cumprido… Até porque finalmente encontrámos o carimbo ansiado!!!

Esta foi provavelmente a etapa mais bela, mais desafiante, mais molhada e mais curta que fizemos em que experimentámos todo o tipo de adversidades, e, embora a montanha nos tenha dificultado o caminho, conseguimos superá-la com mestria. Por isso, estamos preparados para tudo o que este caminho ainda nos reserva!
Venha a próxima!!!

Por Isabel Ferraz, 1-02-2024




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